A flor branca da tangerina
debruça-se sobre a janela
do quarto clausurado
dentro, ares de
alcatrão e perfume
É a alcova do meu
despertar convulsivo,
rasgado
pelo arfejo duns pulmões
débeis e grises
Sou espáduas transpirantes,
olhos congestionados,
a crisálida escura no peito,
os pés tortos,
braços que são quase nada,
unhas que crescerão até horas depois
da minha morte.
Sou a velhice precoce e a
jovialidade censurada
que irrompe grotesca;
o jovem-branco-pequeno-burguês que
a estrutura arbitrária
da norma dita e não-dita
tritura sem pesar.
2 comentários:
Amargo, dulce, severo e louco.
Eis o poeta.
Abraço, Sala.
Sala, meu caro, se te extraña. Quando nos veremos, nesse mormaço de carnavais e Porto?
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