quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Vi ontem na Globo a imagem de integrantes do tráfico carioca com suas metralhadoras na mão em meio ao fluxo de civis. Era uma reportagem longa e se tratava na verdade de uma "guerra de posições", no sentido gramsciano, onde o que está em jogo é a busca pela hegemonia.
Na guerra do Estado contra o tráfico, a mídia tem uma função cultural homogeneizante. A estratégia utilizada pela emissora foi de insistir na importância da escola. O que me parece um tanto estéril. Ao mesmo tempo, a Globo "culpa" os garotos por escolherem a vida que levam.
Essa visão é fruto de uma mentalidade conservadora, que subestima a capacidade de reprodução social. O que ela faz é simplesmente transferir o problema para a escola, o que não resolve nada.

Sobre o aborto: mais uma questão espinhosa, onde reina o império da certeza, que nas palavras de Bourdieu "costuma ser o asilo da ignorância".
Abortos acontecem todos os dias no país, não raro em condições onde se coloca a vida das mulheres em risco. Sabemos que, sem planejamento familiar, a vida é mais difícil. Olha, eu sou a favor! Embora reconheça que o melhor ainda é a conscientização, algo menos oneroso que o procedimento cirúrgico. Concordo que o tema é de saúde pública, mais do que de polícia. No entanto, a ética religiosa presente nas declarações dos entrevistados não percebe a questão de forma sistemática, que geram consequências sociais alarmantes.


Abraços.

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